Polícia Civil de Piraí desarticula quadrilha que lavava dinheiro de golpes via Pix

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Piraí nesta sexta-feira (13) desmontou um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro proveniente de golpes aplicados através do sistema Pix. Quatro mandados de prisão temporária foram cumpridos, incluindo o de um traficante que cumpre pena no presídio de Bangu, no Rio de Janeiro, apontado como o líder da organização. As informações foram divulgadas inicialmente no Foco Regional.

De acordo com o delegado Antonio Furtado, responsável pela investigação, o grupo utilizava contas de terceiros, conhecidos como “laranjas”, para movimentar os valores obtidos ilicitamente. O dinheiro era sacado em espécie e, posteriormente, investido no tráfico de drogas.

As investigações tiveram início em abril, após um empresário de Brusque, em Santa Catarina, ser enganado por um falso gerente de banco. A vítima foi induzida a realizar transferências que totalizaram R$ 700 mil, distribuídos entre diversas contas bancárias.

“Conseguimos rastrear que R$ 189 mil desse valor foram direcionados para contas em cidades como Rio de Janeiro, Piraí, Volta Redonda e Resende”, explicou o delegado. Ele confirmou que as ordens partiam de dentro do sistema prisional, onde o traficante de 42 anos, condenado por tráfico de drogas na região Sul Fluminense, coordenava as ações do lado de fora por meio de um comparsa de 34 anos, residente em Piraí.

Ainda segundo Furtado, esse segundo integrante era responsável por aliciar pessoas dispostas a emprestar suas contas bancárias em troca de comissões que variavam entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. Esses “laranjas” realizavam os saques e repassavam o dinheiro ao aliciador, que ficava com uma parte e transferia o restante, em dinheiro vivo, para contas ligadas a presos no sistema penitenciário.

A operação, batizada de Granada, cumpriu mandados de prisão contra o líder do esquema no presídio, seu braço direito em Piraí — detido no bairro Asilo —, uma jovem de 24 anos presa no bairro Sossego 2, também em Piraí, e uma mulher moradora do bairro Liberdade, em Resende, companheira de outro traficante que também está preso em Bangu.

Até o momento, a polícia já identificou 13 pessoas que atuavam como laranjas na organização criminosa. Todos tiveram os sigilos bancário, telefônico e fiscal quebrados, para aprofundamento das investigações e coleta de novas provas.

“Eles vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. A investigação está longe de terminar, mas conseguimos desmantelar a base do esquema e impedir que novos golpes fossem aplicados”, concluiu o delegado.

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