Uma decisão do juiz Rafael Estrela Nóbrega, titular da Vara de Execuções Penais (VEP), determinou nesta terça-feira (4) a transferência de sete chefes do Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. A medida busca interromper a comunicação e o comando de ações criminosas que, segundo investigações, continuavam sendo orquestradas de dentro das unidades prisionais do Rio de Janeiro.
Entre os transferidos está Fabrício de Melo Jesus, o “Bicinho”, apontado pelas forças de segurança como líder do tráfico no complexo do Distrito da Califórnia, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense. De acordo com uma fonte da polícia, mesmo preso, Bicinho segue exercendo influência sobre o comércio de drogas na região, controlando o fluxo de ordens e decisões que afetam diretamente a dinâmica do tráfico local.
Além de Bicinho, também foram transferidos Arnaldo da Silva Dias (“Naldinho”), Carlos Vinicius Lírio da Silva (“Cabeça do Sabão”), Eliezer Miranda Joaquim (“Criam”), Marco Antônio Pereira Firmino da Silva (“My Thor”), Alexander de Jesus Carlos (“Choque”) e Roberto de Souza Brito (“Irmão Metralha”). Juntas, as penas impostas aos sete somam mais de 400 anos de prisão.
O juiz destacou que a medida é necessária para “romper a cadeia de comando do crime organizado dentro dos presídios estaduais” e evitar que líderes continuem determinando execuções, disputas de território e estratégias de tráfico nas comunidades fluminenses.
As decisões judiciais ocorrem na esteira da Operação Contenção, deflagrada no dia 28 de outubro pelas polícias Civil e Militar, que mirou estruturas do Comando Vermelho em várias regiões do estado. Embora nenhum dos sete transferidos tenha sido capturado durante a operação, todos já estavam presos e identificados como lideranças da facção, com papel de comando e articulação dentro e fora dos presídios.
