‘Distrito Bossa Nova’ promete agitar Areal nos dias 14 e 15 de junho

Nomes como Leila Pinheiro, Márvio Ciribelli, Jimmy Santa Cruz e Rosana Sabença se apresentarão ao lado de artistas locais

Já pensou aproveitar o fim de semana de outono na serra, mais precisamente, na cidade de Areal, cercado pela natureza, construções que remetem ao Brasil colonial, tradições e vinícolas italianas e, ainda, ter a oportunidade de assistir a shows gratuitos rememorando um dos mais importantes gêneros musicais brasileiros, a Bossa Nova! Então é só se agendar e aproveitar. Nos dias 14 e 15 de junho, Areal será sede do projeto Distrito Bossa Nova, que reúne shows musicais, gastronomia e cervejas artesanais, exposição fotográfica, área kids, ou seja, programação para toda a família com entrada franca no Parque Julioca (R. Julioca – Lot. Projetado). Entre as atrações talentos como Leila Pinheiro Rosana Sabença, Márvio Ciribelli, Jimmy Santa Cruz, além de grupos de dança, coral, capoeira e outras atrações locais.

O Distrito Bossa Nova Areal tem patrocínio da Secretaria Especial de Integração Metropolitana do Rio de Janeiro por meio do Programa Integra Rio, realização da Prefeitura de Areal por meio das secretarias de Cultura e Eventos e Turismo e produção da Contato Eventos e Invictus Service.

Distrito Bossa Nova

O projeto Distrito Bossa Nova nasceu no Rio de Janeiro com o objetivo de resgatar e oferecer ao público dos locais onde se apresenta e aos turistas o melhor da cultura brasileira, como acontece em outras capitais do mundo, a exemplo dos shows de Tango na Argentina. A primeira edição do Distrito Bossa Nova aconteceu no Rio de Janeiro, em 2014, durante a Copa do Mundo, quando nos seus eventos reuniram um público estimado em 10 mil pessoas.

Além de resgatar o gênero musical que fez com que os talentos da música do Brasil fossem reconhecidos internacionalmente, os eventos, patrocinados sempre pela Prefeitura do Rio por meio da Secretaria Especial de Integração Metropolitana e Programa Integra Rio, também fomentam a economia, o turismo cultural e, principalmente, criam um novo mercado para manutenção e renovação desse gênero musical.

“A nossa secretaria segue na missão de promover a integração entre os municípios do todo o estado por meio do programa Integra Rio, patrocinando projetos como o Distrito Bossa Nova, que integram a população à arte, à cultura e ao conhecimento”, afirma o secretário Especial de Integração Metropolitana do Rio, Luis Santos.

Programação em Areal

Tanto no sábado quanto no domingo, as atividades no Parque Julioca começam às 12h, com a abertura do espaço kids, da área de gastronomia e das cervejas artesanais além dos atrativos do parque em si. Para quem ainda não conhece, o Parque Natural Municipal Odette de Lima Soares (Julioca) ocupa uma área de 2,0948 ha (dois hectares e novecentos e quarenta e oito metros quadrados). O local oferece diversas atrações, incluindo espaços para contemplação, trilhas ecológicas e atividades ao ar livre. É um local ideal para quem busca contato com a natureza e momentos de lazer.

“Receber o Distrito Bossa Nova em Areal é muito mais do que sediar um evento, é celebrar a nossa vocação cultural, fortalecer o turismo e movimentar a economia local com responsabilidade e sensibilidade. Estamos muito felizes em ver nossa cidade se tornando palco de grandes artistas, de encontro das famílias e de novas oportunidades para nossos empreendedores. Minha expectativa é que esse seja apenas o início de um novo ciclo de eventos que colocam Areal no mapa dos grandes festivais do Estado do Rio de Janeiro,” afirma o prefeito de Areal, Gutinho Bernardes.

Além dos atrativos naturais, haverá apresentação de dança de salão, de grupo de capoeira com os mestres Veza e Bolinha e outras manifestações artísticas e culturais arealenses. Entre essas atrações está a Escola de Dança Nasta Abdu, que apresentará o espetáculo “Bossa nova: Entre sons e sentimentos”, da coreógrafa Daniele Macedo.

Esse momento promete ser um mergulho na elegância e na emoção da Bossa Nova com um pot-pourri de clássicos que marcaram gerações, convidando o público a reviver momentos nostálgicos embalados pelas melodias atemporais de Tom Jobim, Elis Regina e outros ícones do gênero. Por meio da arte da dança, o espetáculo pretende um encontro com os sentimentos, celebrando a essência da Bossa Nova que continua viva nos corações de quem a ouve.

Shows de Sábado

No sábado, a programação musical começa às 17h com a apresentação do grupo Camerata de Violões Arealense “Oito anos de história” que, como o título do show indica, celebra seus oito anos de história como um projeto social liderado pelo regente Marcelo Almeida. Seu reconhecimento vai além do município em que foi criada, sendo premiada pelo Estado do Rio de Janeiro e prestigiada por artistas como Flávio Venturini, Caetano Veloso, Lulu Santos, Chico Chico, entre outros grandes nomes da música brasileira.

Às 19h, sobe ao palco Rosana Sabença, cantora carioca que desde os anos 80 é conhecida pelo swing inconfundível passeando pela MPB, pelo Jazz e pela Bossa Nova. No show de Areal visitará o repertório da sua turnê Sabença Plural, assim como gravações feitas com nomes como o grupo Azymuth, Wilson das Neves, Roberto Menescal, Tibério Gaspar, Ney Conceição, entre outros grandes da música brasileira. Sua carreira está intimamente ligada à Bossa Nova com várias participações especiais em shows do Milton Banana Trio; interpretações nos CD’s do projeto “História da Bossa Nova”, da Revista Caras, produzido por Lula Freire com direção artística de Durval Ferreira; além de dois CD’s solos: MPBossa (Coletânea) e Manhã de Mim.

O show de encerramento no sábado está previsto para às 21h, com Leila Pinheiro Trio em que a cantora, acompanhada por Itamar Assiere (teclado), Marcio Bahia (bateria) e Rômulo Gomes (baixo), propõe um passeio por clássicos da música brasileira, incluindo os maiores sucessos da bossa nova e canções marcantes de sua carreira de mais de quatro décadas. No repertório, músicas de Tom Jobim, Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, Roberto Menescal, Baden Powell e Marcos Valle, expoentes máximos da Bossa Nova, gravados em 1989 por Leila em seu álbum Bênção Bossa Nova, além de Chico Buarque, Ivan Lins e Gonzaguinha.

Sozinha ao piano, Leila cantará sucessos como Coisas do Brasil (Guilherme Arantes) e Besame (Flávio Venturini-Murilo Antunes), além de algumas surpresas preparadas especialmente para o Distrito Bossa Nova Areal.

“Estou muito feliz de voltar a cantar em Areal, um dos primeiros lugares em que cantei, participando de festivais de música no meu começo de carreira. Tenho certeza de que será lindo o esse show que levo para o Parque Julioca, cantando a Bossa e a música brasileira eterna que eu e meu público amamos tanto”, diz Leila.

Shows de Domingo

No domingo os shows também começam às 17h com “O Encontro”, reunindo a Orquestra de Cordas e a Camerata de Violões Arealense. Essa apresentação marca o encontro de dois dos projetos sociais e musicais de Areal liderados por João Gumury (Orquestra) e Marcelo Almeida (Camerata), com repertório de músicas brasileiras passando por artistas como Alceu Valença, Zé Ramalho e Cazuza, iniciando uma série de apresentações que circulará pelo Rio de Janeiro.

Às 19h, será a vez de Jimmy Santa Cruz Quarteto Show, com seu “Rio Samba Bossa”, interpretando grandes compositores como, Cartola, Ary Barroso, Roberto Menescal, Milton Nascimento, Baden Powell, Paulinho Viola, Tom Jobim entre outros.

Encerrando a noite e o Distrito Bossa Nova Areal, a partir das 21h, Márvio Ciribelli se apresenta com um show em homenagem a Sérgio Mendes, um dos mais importantes divulgadores da Bossa Nova e da música brasileira como um todo no mercado internacional, em especial, nos EUA, onde fixou residência. Ele será acompanhado pela cantora Sheila Sá e pelos músicos Cadu Pontes e Flavinho Santos.

“Em 2025, o Distrito Bossa Nova está ganhando a estrada. Já passamos com muito sucesso por Niterói e, agora em junho, vamos levar shows de grandes artistas para Areal. Tenho certeza de que o sucesso irá se repetir. Para os próximos meses, já estão programadas nossa passagem por outras cidades fluminenses. Esse circuito é de grande importância para manter viva a cultura brasileira através desse gênero musical que, sem dúvida, é um dos mais importantes da música brasileira, tanto que é reconhecido internacionalmente e tem como uma de suas composições, Garota de Ipanema, entre as músicas mais executadas e famosas do mundo”, afirma Monique Santos, diretora da Contato Eventos e produtora do Distrito Bossa Nova.

Bossa Nova

A Bossa Nova surgiu no final da década de 1950, mais precisamente em 1958, na Zona Sul do Rio de Janeiro, sob a liderança do músico baiano João Gilberto e um grupo de músicos formados por jovens da classe média carioca.

Os primeiros acordes anunciando o novo gênero musical que estava por vir foram ouvidos na trilha sonora da peça Orfeu da Conceição, composta por Tom e Vinícius, em 1956, da qual fazia parte a música ” Se Todos Fossem Iguais a Você “.

Em paralelo, reuniões musicais aconteciam em apartamentos da Zona Sul carioca, como no de Nara Leão, na Avenida Atlântica, em Copacabana, que se tornaram mais frequentes, a partir de 1957. Entre os participantes estavam novos compositores da música brasileira, como Billy Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Sérgio Ricardo, entre outros. O grupo foi aumentando com Chico Feitosa, João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo Bôscoli.

A principal característica da Bossa Nova era a simplicidade, uma releitura do samba tradicional, uma forma mais intimista de fazer música, com letras poetisadas de temas cotidianos. As grandes orquestras foram substituídas pelo violão, piano, percussão e baixo. A voz se coloca agora de maneira pequena em tom baixo e suave, sem grandes exibições de potência e dialogando com os instrumentos musicais.

New Bossa

Entre o fim dos anos 1960 e até o fim da década de 1980 a bossa nova apareceu em momentos de sucesso, como na gravação de João Gilberto de “Wave” (Jobim). Mas com a internacionalização, através do êxito nos Estados Unidos que a exportou para o resto do mundo, a bossa nova se tornou referência em escala global.

Em meados dos anos 80 surgiu na Europa a New Bossa, em trabalhos da cantora nigeriana Sade Adu e em grupos como Matt Bianco e Style Council. Nos anos 90, através de DJ´s como Joe Davis e Gilles Peterson, a bossa ressurgiu integrada com o drum´n´bass e artistas como Marcos Valle, Joyce Moreno a o grupo Azymuth passaram a dialogar com novas gerações com novos discos e turnês constantes.

Novos artistas brasileiros com trabalhos muito inspirados em bossa nova fizeram trabalhos de repercussão internacional na virada para o século XXI, e o mais bem sucedido comercialmente foi o de Bebel Gilberto, filha de João Gilberto e da cantora Miúcha, que vendeu mais de um milhão de discos com o seu CD Tanto Tempo.

O grupo Bossacucanova (que tem entre os seus integrantes Marcio Menescal, filho de Roberto Menescal), a cantora Fernanda Porto e o DJ Patife também mesclaram a bossa nova com o drum´n´bass e tiveram boa aceitação nos EUA e na Europa no início dos anos 2000.

Cantoras internacionais surgidas já no século XXI também são diretamente influenciadas pela bossa nova, como é o caso da canadense Diana Krall, que convidou o Claus Ogerman, o arranjador de Jobim e João Gilberto, para escrever arranjos bossanovísticos para seus discos.

A norte americana de ascendência francesa, Stacey Kent, grava com frequência músicas brasileiras, especialmente bossa novas, e já gravou com Marcos Valle, Roberto Menescal e Danilo Caymmi.

Nos anos do rock brasileiro, se destacam a regravação da composição de Lobão, “Me chama”, por João Gilberto em 1986, e a canção “Faz parte do meu show”, de Cazuza e Renato Ladeira, gravada em 1988, com arranjo inspirado na bossa nova e sua tradicional batida no violão.

Sob encomenda de uma gravadora do Japão, Roberto Menescal produziu, com a então cantora iniciante Leila Pinheiro, o disco Bênção, Bossa Nova, lançado no Brasil em 1989 e que vendeu 300 mil cópias.

A cantora pop Luisa Sonza lançou em 2023 a música “Chico”, com uma atmosfera que remetia à bossa nova e causou polêmica nas redes sociais e na mídia, que procurou experts para saber se a canção poderia ser classificada como uma legítima bossa. Roberto Menescal, um dos papas do movimento, defendia a tese de que poderia ser e, depois, fez a produção musical da versão em inglês, dando definitivamente o seu aval.

Em 2024, um jovem cantor e compositor paulistano, Will Santt, lançou um disco com declarada influência de João Gilberto, depois de ter conquistado fãs pelo mundo cantando bossa nova em vídeos postados em rede sociais.

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