O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por estupro de vulnerável. A decisão foi proferida pela 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e divulgada nesta segunda-feira (10) pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O caso que chocou o país ocorreu em julho de 2022, durante o parto de uma paciente no Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles.
Flagrado por uma câmera escondida instalada por enfermeiras da unidade, Giovanni apareceu em vídeo colocando o pênis na boca de uma paciente desacordada no momento do procedimento. O registro foi feito após funcionárias desconfiarem da quantidade excessiva de sedativos aplicada pelo anestesista em outras ocasiões, além de sua conduta suspeita durante os partos.
Além da condenação criminal, o médico também foi sentenciado a pagar R$ 50 mil em indenização por danos morais a cada uma das duas vítimas identificadas — uma delas no vídeo e outra supostamente abusada no mesmo dia. A Justiça negou o pedido da defesa para que ele recorresse em liberdade.
Formado em medicina pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) em 2017, Giovanni teve seu registro profissional cassado em dezembro de 2023, em sessão do Conselho Federal de Medicina (CFM). Desde a prisão em flagrante, ele está detido e à disposição da Justiça.
O caso gerou forte repercussão nacional e impulsionou debates sobre protocolos de segurança em salas de cirurgia e partos, especialmente em casos que envolvem sedação. A atuação das enfermeiras, responsáveis por gravar e denunciar o crime, foi amplamente reconhecida como decisiva para que o anestesista fosse responsabilizado.