Obra abandonada já consumiu mais de meio milhão do dinheiro público

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Campo de futebol do Encruzo da Enseada continua nos sonhos dos moradores. Prefeitura pagou R$ 641 mil pela obra, que não saiu do papel e cancela contrato 

Um sonho antigo dos moradores do Encruzo da Enseada continua longe de se transformar em realidade. A tão esperada área de lazer do bairro foi contratada pela TurisAngra em outubro de 2020 pela bagatela de R$ 1.734.251,70 (um milhão setecentos e trinta e quatro mil duzentos e cinquenta e um reais e setenta centavos) a empresa P.H.B de Lima Serviços e Logística Eireli-ME e deveria ser entregue em 14 de abril de 2021, ou seja, seis meses após contratação. O andamento da obra, segundo contrato nº 014/2020 ficaria na época sob a responsabilidade da subsecretaria de Parques e Jardins que no final de 2020 foi alçada a Secretaria de Parques e Jardins, se tornando uma pasta independente, com estrutura própria administrada pela então subsecretaria Elizabeth Brito, agora secretária, que também é esposa do atual secretário de Governo Cláudio Sírio, o Ferreti.  

Com a promoção da subsecretaria a secretaria, contratos como o da área de lazer do Encruzo da Enseada foram readequados a nova nomenclatura administrativa, o que ocorreu através do termo aditivo nº 001/2021/FTAR, mantendo o mesmo prazo e custo da obra. Como a área de lazer ainda não havia saído do papel, a secretária de Parques e Jardins fez um novo aditivo ao contrato, alterando o prazo para a entrega da área para o dia 21 de novembro de 2021, com pagamentos periódicos que ocorreram regularmente entre os meses de junho a dezembro de 2021, somando R$ 463.813,44. Mesmo com as adequações contratuais e os pagamentos periódicos, a obra não ficou pronta no prazo, recebendo mais um aditivo de prorrogação de de 180 dias, transferindo a entrega da área de lazer do Encruzo da Enseada para o dia 21 de maio de 2022. Neste período, a empresa recebeu mais R$ 177.961,45 em pagamentos. Tudo publicado no Portal da Transparência da Prefeitura de Angra. 

Como se não bastasse os inúmeros atrasos na conclusão da obra, a Secretaria de Parques e Jardins ainda aumentou em R$ 321.404,85 o custo da obra, e deu outro aditivo de tempo, transferindo a conclusão da área de lazer para novembro de 2022. E mais uma vez a obra não ficou pronta.

Portanto, a obra que deveria ter sido entregue no dia 14 de abril de 2021 por R$ 1.734.251,70, teve um atraso de mais de 2 anos para a entrega e passou a custar R$ 2.055.656,55 (dois milhões, cinquenta e cinco mil, seiscentos e cinquenta e seis reais e cinquenta e cinco centavos). E mais uma vez a obra não foi entregue aos moradores.

Agora, no dia 11 de outubro de 2022 a secretaria de Parques e Jardins rescindiu o contrato que deu um prejuízo aos cofres públicos de R$ 641.774,89 pagos pela prefeitura por uma obra que não foi entregue. É o dinheiro do povo sendo jogado no ralo.

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