O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), núcleo de Barra Mansa, decidiu retomar a paralisação da categoria após uma Assembleia Extraordinária realizada na quinta-feira (5). A greve de advertência ocorrerá nos dias 10 e 11 de junho, terça e quarta-feira, em protesto contra o que os educadores classificam como quebra de compromisso por parte da Prefeitura Municipal. As informações foram divulgadas inicialmente pelo jornal A Voz da Cidade.
De acordo com o sindicato, a gestão municipal teria desrespeitado pontos de um acordo firmado anteriormente, especialmente no que se refere à preservação do Plano de Cargos e Carreira (PCCs) e à flexibilização da reforma previdenciária aplicada aos servidores. Segundo o Sepe, a nova proposta enviada pelo Executivo à Câmara de Vereadores revoga dispositivos fundamentais do PCCs, medida que os profissionais consideram um retrocesso à valorização da categoria.
Entre as críticas também está o tratamento desigual dispensado aos servidores da Educação. Enquanto cargos comissionados teriam sido contemplados com reajustes, os trabalhadores da base seguem com um vale-alimentação considerado insuficiente, no valor de R$ 80.
A agenda de mobilizações começa na terça-feira (10), com atos em frente à Prefeitura às 8h30 e às 14h. Na quarta-feira (11), os profissionais organizam uma passeata com concentração às 9h no Restaurante Popular e distribuição de panfletos na Praça da Matriz durante a tarde. Uma nova assembleia está prevista para a noite do mesmo dia.
Reivindicações da categoria
Entre os principais pontos da pauta estão o cumprimento integral do piso nacional do magistério, melhorias nas condições de trabalho, a convocação de aprovados em concurso público e a valorização da carreira docente.
A última greve havia sido suspensa após seis dias, quando o prefeito Luiz Furlani se comprometeu a dialogar com os representantes da categoria. Na ocasião, foram promovidas diversas reuniões com membros do governo e três encontros com o próprio chefe do Executivo. No entanto, o sindicato afirma que as recentes ações do governo municipal contradizem o discurso de diálogo. “Estamos diante de uma gestão que afirma estar aberta à conversa, mas toma decisões unilaterais e prejudiciais à categoria”, declarou a direção do Sepe.
Resposta da Prefeitura
Em nota a Secretaria Municipal de Educação afirmou que a gestão manteve mais de 30 dias de negociação com o sindicato e atendeu demandas específicas dos professores dos Anos Iniciais. Contudo, a pasta aponta que o Sepe teria ampliado as exigências para incluir todos os profissionais da rede, inclusive grupos que, segundo o Executivo, não estavam nas pautas iniciais.
A Prefeitura se comprometeu a retomar as negociações, mas afirmou que a assembleia sindical rejeitou a proposta. Em relação aos impactos da greve, a Secretaria informou que as aulas serão devidamente repostas para não prejudicar o calendário escolar.
Sobre as reivindicações salariais, a administração afirmou que realiza estudos voltados à valorização não apenas dos educadores, mas de todos os servidores municipais. “Decisões relacionadas a uma categoria impactam o funcionalismo como um todo. Hoje, o pagamento da folha da Educação já exige aporte de recursos próprios”, concluiu o comunicado.